A endometriose é uma condição ginecológica crônica que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Embora seja comum, muitas vezes é mal compreendida e demora a ser diagnosticada.
É uma condição em que o tecido que reveste o útero internamente (chamado endométrio) começa a crescer fora dele. Pode acometer outros órgãos da pelve (ovários, tubas uterinas, ligamentos) como órgãos a distância como intestinos, bexiga. É estimado que em torno de 15% da população seja acometida pela doença.
O médico que acompanha e trata a endometriose é o ginecologista
Dra Camilla Olivares é especialista em ginecologia e obstetrícia (RQE 47344).
Mestrado e Doutorado em Ginecologia.
Especialista em endometriose.
Mais de 15 anos de experiência.
Pós graduação em longevidade saudável.
Como surge a endometriose ?
A endometriose é uma doença inflamatória crônica, com sintomas importantes que geralmente trazem um prejuízo na qualidade de vida da mulher. Há várias teorias de como surge a doença, porém sua origem não é totalmente conhecida. Há componente imunológico, inflamatório, fatores genéticos e ambientais. Durante o ciclo menstrual, esse tecido fora do útero também responde às mudanças hormonais, espessando-se, quebrando-se e sangrando. No entanto, ao contrário do tecido endometrial dentro do útero, que é expelido durante a menstruação, o sangue e o tecido fora do útero não têm para onde ir. Isso pode causar inflamação, dor e formação de cicatrizes (aderências).
Quais os sintomas da endometriose?
Os sintomas da endometriose podem variar amplamente de uma mulher para outra. Algumas mulheres podem ter sintomas leves, enquanto outras podem ter sintomas mais limitantes. Os mais comuns incluem:
- cólicas menstruais intensas: é o sintoma mais comum e pode ocorrer antes e durante a menstruação
- dor pélvica crônica (independente do ciclo menstrual)
- irregularidade menstrual: períodos menstruais muito intensos ou sangramento entre os períodos.
- alterações intestinais (constipação ou diarréia)
- dor no ânus
- dor para evacuar: geralmente no período menstrual
- infertilidade: até 40% das mulheres podem ter dificuldade para engravidar
- fadiga
- dor na relação sexual
Dores ou cólicas incapacitantes, fluxo muito intenso, perder dias de trabalho/ aula, não é normal. Procure ajuda médica!
Quem pode ter endometriose?
Infelizmente qualquer mulher em idade reprodutiva está sujeita a desenvolver a doença, porém algumas condições podem favorecer seu surgimento como:
- história familiar: ter outros familiares com histórico de endometriose é um fator de risco para desenvolvê-la
- nunca ter engravidado
- primeira menstruação antes dos 11 anos
- fluxo menstrual intenso
- anormalidades nos órgãos ginecológicos
Como é feito diagnóstico?
O diagnóstico definitivo é através da visualização da lesão. Por exemplo: se a lesão for na vagina, um exame ginecológico é capaz de diagnosticar a doença. Porém na maioria dos casos as lesões são dentro do abdome, e portanto o diagnóstico seria através de uma cirurgia. Geralmente a cirurgia realizada é a laparoscopia, onde uma câmera é introduzida no abdome da paciente e então é possível visualizar toda a cavidade abdominal, suas possíveis lesões e removê-las. Entretanto hoje em dias temos exames menos invasivos e com boa acurácia no diagnóstico como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética da pelve.
Apesar de atualmente termos boas opções diagnósticas, é indispensável que seu médico suspeite da doença para poder prosseguir na investigação da mesma. E a endometriose é uma doença que apesar de causar tantos prejuízos e sofrimento para a mulher (e também para as pessoas à sua volta), ainda demora anos até ser diagnosticada por considerarem “normal” a mulher ter dores fortíssimas no período menstrual.
Geralmente a mulher passa por vários médicos, recebe um tratamento inadequado, seus sintomas não melhoram, a inflamação e a gravidade desses sintomas pioram e ela troca de médico, recomeçando esse ciclo. A média de tempo entre o início dos sintomas e seu diagnóstico é de 46 meses, ou seja, quase 4 anos!!! E muitas vezes ultrapassa esse tempo. Esse atraso no diagnóstico leva a mulher a ter alterações de humor, perder dias de trabalho, podendo levar até a problemas no relacionamento com a família.
Tem tratamento para endometriose ?
Embora não haja cura definitiva conhecida para a endometriose, existem várias opções de tratamento disponíveis para ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. A escolha do tratamento depende da gravidade dos sintomas, da idade da paciente, do desejo de engravidar e da resposta aos tratamentos anteriores.
A endometriose por ser uma condição inflamatória, necessita da mudança de mentalidade do paciente e seu entendimento que não há um medicamento milagroso que cessará todos seus sintomas. A mudança no estilo de vida é o pilar central para melhora dos sintomas, e inclui: dieta anti-inflamatória, com exclusão de alimentos com glúten e lácteos, dieta rica em ômega 3 (ou sua suplementação), melhora da microbiota intestinal. Além disso atividade física regular que melhora a sensação de bem estar pela liberação de hormônios como endorfina, serotonina, melhora a capacidade física, melhora utilização da glicose e ajuda no controle de peso corporal.
Há ainda possibilidade de uso de suplementos que auxiliam na função da melhora da inflamação corporal. Lembrando que o uso de hormônios não trata a causa da doença, pode apenas tratar seus sintomas temporariamente. Há ainda a opção de tratamento cirúrgico para casos que tem pouca resposta aos tratamentos clínicos ou casos com lesões maiores e mais sintomáticas.
A medicina funcional combina tratamentos médicos convencionais com terapias complementares e alternativas para tratar a pessoa como um todo – corpo, mente e espírito. No caso da endometriose, essa abordagem pode incluir uma variedade de terapias para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, entre eles:
- Fitoterapia: utiliza plantas medicinais para tratar doenças e aliviar sintomas, como os ativos com propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e hormonais. Algumas das plantas mais utilizadas incluem: – mil-folhas: por suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas. Cúrcuma: Possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, entre outras.
- Acupuntura: é uma prática da medicina tradicional chinesa que envolve a inserção de agulhas finas em pontos específicos do corpo. Estudos sugerem que a prática ajuda a reduzir a inflamação e a dor associacas à endometriose e melhora também a função imunológica.
- Nutrição e Suplementação: como dito anteriormente, uma dieta equilibrada e rica em nutrientes pode desempenhar um papel importante no manejo da endometriose. Recomenda-se uma dieta anti-inflamatória, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis. Além disso, alguns suplementos podem ser benéficos.
- Exercícios físicos: A atividade física regular pode ajudar a reduzir a dor e melhorar o bem-estar geral, pois melhoram a flexibilidade, reduzem o stress e melhora a circulação sanguínea.
- Terapias de Relaxamento: meditação, respiração profunda e massagem, podem ajudar a reduzir o estresse e a dor associada à endometriose. O estresse pode exacerbar os sintomas da endometriose, portanto, encontrar maneiras de relaxar e gerenciar o estresse é crucial.
Endometriose tem cura?
Por ser uma doença ainda de causa não completamente conhecida, difícil dizer em cura da doença. Porém com mudança no estilo de vida e alguns cuidados é possível mantê-la sob controle e melhorar a qualidade de vida. Lembrando que cada mulher é única e que os tratamentos devem ser individualizados!!!
O que fazer na suspeita de endometriose?
A endometriose é uma condição complexa e desafiadora que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de uma mulher. No entanto, com um diagnóstico adequado e um plano de tratamento personalizado, é possível gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. A medicina integrativa oferece uma abordagem holística que pode complementar os tratamentos médicos convencionais, proporcionando alívio dos sintomas e promovendo o bem-estar geral. Se você suspeita que pode ter endometriose, não hesite em procurar ajuda médica. O conhecimento e o tratamento precoce são fundamentais para lidar com essa condição de maneira eficaz.
Dra estou buscando ajuda no caso da minha filha de 21 anos com endometriose em manto.
Dores frequentes , a senhora poderia ajuda lá?
Claro Débora! Vamos agendar uma consulta o mais breve possível!